sábado, 26 de março de 2011

What's the point?

Então você vive a vida que tem. Trabalha com o que nunca imaginou que ia trabalhar, faz o que não é a sua cara e ainda tem que tolerar as desvantagens disso. Mas que bela merda você se meteu.

Não se preocupe, uma grande maioria da raça humana vive exatamente isso.

Será que estamos vivendo em uma porcaria de ciclo sem fim? Onde temos que nos submeter a tudo aquilo que não gostamos só por que a sociedade diz que é certo? "Você tem que trabalhar para formar seu carater, ir atrás daquilo que gosta". Vá se foder. Eu não quero viver minha vida fazendo aquilo que não gosto só para poder pensar no que quero fazer no futuro. Qual a moral disso?

E ainda, durante toda essa merda junta que acontece no seu dia-a-dia, você começa a desenvolver sentimentos por outras coisas e pessoas. O seu trabalho deixa de ser chato e revoltante quando você conhece pessoas novas que aliviam esse fardo. Ou então passa a mudar sua forma de pensar por causa da repetição.

Isso é totalmente errado. Deveríamos poder fazer aquilo que gostamos sem nos preocupar. Nos submetemos a coisas que não deveríamos apenas para sermos normais e podermos viver em paz. "Paz", eu diria, pois se temos que viver isso para sermos normais, a paz não tem como reinar.

Então o que fazer? Aliás, o que podemos fazer? Simplesmente tacar um "foda-se" e ver no que dá? HA! Não existe isso, ninguém tem coragem. NINGUÉM. Não tem o que fazer, simplesmente temos que nos submeter e tolerar as consequências. A vida é uma merda, não tem jeito.

Porém, podemos ser racionais e aproveitar o tempo para pensar no futuro. Mas o futuro demora, caralho! A paciência para isso é o problema. As vezes não temos paciência e mesmo assim estamos no meio disso tudo! Como fugir disso? Não há escapatória.

Felizes são aqueles que acreditam que essa merda toda funciona. Aqueles que se iludem com o comodismo e com aquilo que olham em sua frente todos os dias. Gostaria de ser assim, de aceitar as coisas como são e seguir em frente. Infelizmente, isso não é possível. Já fui corrompido com aquela maldita larva que entrou no meu cérebro e instalou a razão.

Não posso apelar para um ser superior, um Deus. Foda-se com isso tudo. Não vou depositar o resto de sanidade e humanidade que ainda tenho comigo em uma escrotice que é a religião.

Se tenho problemas, tenho que resolvê-los. E não vou depender de nada além de mim mesmo para isso.

Enfim, pra quê vou me preocupar com coisas mundanas, sendo que nem disso consigo viver? Preciso de tempo para me acertar, mas enquanto isso não acontece, tenho que viver no cinza de todos os dias, naquilo que não suporto para ser taxado de normal. Suportar toda essa agonia para um dia poder saber o que devo fazer.

É foda, mas acredito que muitos passam por isso, mas cada um tem sua maneira de lidar com essas situações. A minha ainda não é conclusiva, ainda não sei o que fazer. Enquanto não sei, fico aqui me lamentando por escolhas que duvido terem sido certas.

Não tem o que fazer, devo suportar isso até que algo me mostre o caminho certo. Ou parar de depender disso para fazer o que devo fazer. Talvez eu esteja acomodado, mas na pior das coisas. Talvez eu seja o errado e tudo esteja certo. Como vou saber? Nunca saberei, apenas tenho que tentar alguma coisa. O que tentar? Esse é o problema.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cigarro

É mais um dia ensolarado de verão.

Os dois estão aproveitando sua tarde de folga em um parque da cidade, do jeito que ele queria. A intenção era que fosse como uma cena clichê de filme, em que o casal fica deitado na grama aproveitando o clima e a paisagem.

Tudo ia bem, eles sorriam e davam risadas juntos das besteiras que ele contava.

Ainda deitados na grama, ele decide acender um cigarro. Ela percebe e sente-se incomodada, porém não demonstra.

Ele acende o cigarro e percebe que algo está diferente. Ela está olhando para o outro lado.

Ela se levanta e finge estar apreciando a paisagem do lago a frente. Obviamente transparecendo indiretamente sua repulsa pelo ato dele ter acendido um cigarro.

Ele olha para ela e pausa. Primeiramente ele imagina que talvez fosse o fato de estarem em um lugar tão limpo e bonito, o cigarro não se encaixaria. Mas na verdade, era apenas seu vício se defendendo.

Então ele tenta se aproximar, mas ela dá um passo a frente, ainda de costas para ele.

Ele diz, com um sorriso no rosto: "Ok, já entendi."

Ela se vira, tentando imaginar se de fato ele tinha entendido, mas espanta-se ao ver o que ele planejava.

Segurando o cigarro de ponta cabeça, sua mão estava aberta logo embaixo da brasa.

"O que ele está pensando? Está me assustando", ela pensa.

"Não é a primeira vez que vejo seu olhar sair de encontro aos meus. Eu sei que você não gosta que eu fume e por muito tempo eu fingi que não percebia. Mas não mais."

É então que ele afunda a ponta incandecente do cigarro em sua palma, que agora treme, mas não recua.

"Você está louco?? Não precisava fazer isso!"

"Sim, precisava. Não quero que meu vicio acabasse de maneira não tão significativa. A dor que sinto agora servirá de lembrança de que você foi quem me salvou, quem me deu vontades o suficiente para entender que o que eu estou fazendo é errado. Que a pessoa que eu mais me importo não suporta isso e portanto não posso ser egoísta e manter algo que te afasta de mim, apenas pelo prazer de fumar."

"Faço isso porque sei que é importante para você. Faço desse jeito pois quero que você veja o quanto eu sou capaz de mudar por você. Faço porque te amo."

Ela fica sem palavras. "Ainda sim é loucura", ela diz em voz baixa, mas com um tom de felicidade que é notado pelas suas bochechas agora rosadas e seu sorriso.

Ela fecha sua mão e a beija. Olha para seus olhos e o beija apaixonadamente. Tira a faixa que segurava seu cabelo e amarra na mão dele, onde agora reside uma futura cicatriz.

"Sempre que eu olhar para essa cicatriz, lembrarei de você e de como você foi importante para mim."

"Bobo... era só você ter falado tudo isso. Não precisava apagar o cigarro na mão!"

"Ah, eu sei... mas assim eu pareço mais "cool" hahaha"

Os dois dão risadas juntos e se abraçam novamente.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ano novo

O que você espera do ano novo? Que sua vida mude para sempre? Que você conheça a pessoa da sua vida?

Na real, o que eu mais quero é me divertir. O ano mal acabou e não vejo a hora de passar vergonha, de fazer besteira.

Estamos em janeiro, temos mais 11 meses de pura estupídes. Então por que vamos nos segurar? Tentar melhorar o que era errado ou ruim. A vida inteira se baseia nisso, tentar ser melhor, então enquanto ainda podemos ser errados, por que não aproveitar?

Ainda sendo novo, olho para trás e acho que podia ter sindo mais inconsequente. Agora que ainda sou novo, penso como posso me estragar mais, para não me arrepender depois? Por mais paradoxal que isso soe, ainda que somos jovens temos o direito de fazer cagadas ou de nos estragarmos. Não a ponto de criar sequelas, mas a ponto de nos divertirmos.

Então peço a todos que mandem um grande foda-se para tudo. Foda-se suas preocupações, foda-se seus problemas. Aliás, foda-se o dia de amanhã. O importante é se divertir aqui e agora, então vamos aproveitar!

Não vou me segurar, deixar de fazer algumas coisas pois isso pode me prejudicar amanhã. Quero ser errado, quero fazer coisas erradas que podem ser consideradas erradas também. Tentar ser adulto agora é o mesmo que tentar ser jovem quando for velho. Porém eu POSSO ser jovem.

Deixe-me fazer coisas que posso me arrepender. Quero passar vergonha, quero ter histórias para contar. Então vou fazer e foda-se! Deixe-me iludir pela minha falsa liberdade. Enquanto houver coragem e vontade para ser idiota, eu vou abraçar essa ideia e continuar achando que posso ser feliz pelos meus erros.

Quem não erra não aproveita a vida. Preciso errar, preciso me ferrar. Essas necessidades vão me formar mais que qualquer faculdade. Então deixe-me ser feliz para que eu seja mais no futuro, por mais incerto que seja.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Última do ano

Menos de uma hora para o fim do ano. Uau.

O que dizer de 2010? Qualquer coisa, todo ano é igual. Não sou daqueles que olha pra trás e fala "Nossa, esse ano foi X". Festa de fim de ano é sempre a mesma coisa, pessoas achando que vão mudar só porque o ano acabou, que algo vai ser diferente. É tudo a mesma coisa. Nada muda de um ano para outro, especialmente em festas e promessas.

Portanto, nada muda para mim. Amanhã vai ser um dia qualquer como todos. Não é só porque vou ter que mudar um digito nas datas que tudo vai mudar. So what's the point?

Pelo menos deixo registrado o que passa em minha mente nesse momento, minutos antes de acabar 2010. Quem sabe serve para alguma coisa.

O problema é ficar em casa, longe dos amigos. As pessoas aqui não são meu mundo, apesar de serem da minha familia. Não tenho nada contra eles, apenas não tenho o que falar. Além de serem velhos, o que eu disser não vai levar a nada. Small talk é foda, então eu nem tento.

Os amigos do meu irmão estão aqui também, o que é pior ainda. Não conheço eles e não tenho vontade de conhecer.

O que me sobra? Nada, apenas a boa e velha cerveja com quem passo meu tempo de bom grado. Mas até quando? Até ficar bêbado e ir dormir? Uau, que beleza.

Preciso sair. Preciso ver pessoas. "Take me out tonight. Cuz I want to see people I want to see lights" como diria Morrissey.

Quero passar mal e sentir vergonha depois, não quero ficar sentado olhando para os outros falarem de assuntos que não me interessam.

O que fazer numa hora dessas? Todos estão viajando, todos estão festejando. Maldito dia que resolvi gastar meu dinheiro com coisas menos importantes e não tirar uma carteira de motorista.

Sabe, o que me resta é ficar bêbado e tentar tolerar essas chatices. Não é muito diferente do dia a dia mesmo.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Hm..

Acabo de levantar da cama, depois de terminar de ler mais um capítulo do livro.

Vou ao banheiro e me olho no espelho... Me vejo no reflexo e penso: "Hm. Podia estar melhor"

Volto para meu quarto e me deparo com minha atual situação... A bagunça é grande, roupas em todos os lugares. Quatro cadeiras para uma pessoa só. Armários abertos, livros e um cinzeiro...

Minha garganta dói e provavelmente estou ficando com febre, além da tosse que está piorando. Provavelmente estou gripado depois de ter pego chuva alguns dias seguidos.

Mesmo assim, a minha vontade de fumar e tomar uma cerveja gelada ainda é grande, e, provavelmente, vou sucumbir aos vicios e piorarei minha situação.

É então que eu sento em minha cadeira e penso novamente... "Que merda hein, amigão"

São dez e meia da noite e amanhã tenho que trabalhar. Sabendo como eu sou, provavelmente vou ficar acordado mais algumas horas, resultando em um atraso no dia seguinte, como sempre...

Não posso reclamar de nada. Se estou assim, é porque eu causei isso a mim mesmo. Se tenho o direito de achar ruim de alguma coisa, só pode ser de mim. Mas tudo bem, já estou acostumado a mim mesmo.

Olho a minha volta o tempo todo e fico imaginando quando vou começar a arrumar essa zona toda... Não só o quarto, mas a vida inteira.

Quantas vezes já não levantei da cama pensando "Foda-se, cansei dessa merda"? Quantas vezes qualquer ser humano nunca pensou isso?

Mas aí bate o medo e o comodismo... "Ah, foda-se"...

Agora bota no repeat e viva por mais 30 anos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O poder das palavras

Uma vez eu li a seguinte frase:

"É melhor ser rei de teu silêncio do que escravo de tuas palavras." - William Shakespeare

De fato, muitas coisas são melhores ocultas a serem mostradas. Porém, a frase me despertou um certo pensamento...

Ao evitar falar certas coisas, estou evitando de que outras pessoas me vejam como eu sou. Deixo de falar algo para evitar alguma situação desnecessária ou desagradável. Por um lado, é um pensamento bastante racional e lógico. Por outro, estamos ocultando nossa verdadeira face, nosso verdadeiro modo de pensar. Seja pelo nosso próprio bem ou pelo de outra pessoa.

Cheguei a conclusão de que nós não podemos mostrar nossas verdadeiras faces e opiniões sobre certas coisas para podermos viver tranqüilamente em uma sociedade. Afinal, se todos falassem o que pensam o tempo todo, talvez haveriam mais conflitos que o normal.

Esse pensamento é estranho. Nós nos escondemos diariamente para que não haja conflitos. Onde está o problema? Em nós em não querer mostrar nossa verdadeira face, ou nas pessoas que não sabem como lidar com opiniões e idéias dos outros? Ou talvez, dependendo da opinião que está sendo guardada, seja algo impactante ou realmente desnecessário a se dizer?

Talvez algumas coisas não merecem ser ditas. Acho que a emoção humana nos controla para evitar que causemos problemas aos outros e a nós mesmos. O que é interessante, pois isso não passa de um conflito entre lógica e emoção.

Mas posso estar enganado. Todos podemos estar. Essa é a graça.

Fases da vida

Uma coisa que eu escuto freqüentemente, é que nós vivemos diversas fases em nossas vidas que, cedo ou tarde, passam. Concordo em partes sobre isso, pois algumas coisas são para a vida toda.

Porém, o que me incomoda nesse tipo de comentário, é a arrogância que certas pessoas emitem ao dizerem isso. Olhar para um jovem e dizer que “Ah, é só uma fase da vida ser assim” é extremamente arrogante e tira toda a credibilidade do que a pessoa está vivendo e transmitindo. Independente da idade e do que a pessoa escolhe fazer, não se deve desmerecer seus atos com tal comentário.

Chego a desanimar e perder o interesse em continuar uma conversa quando alguém me fala isso. Como se tudo o que estou vivendo agora fosse momentâneo e que mudará com o tempo. Certos hábitos com certeza um dia mudam, como gostos em certas coisas e atitudes. Afinal, ninguém é uma criança inocente a vida inteira.

Porém, se o jovem está em algum momento de sua vida convicto de que algo que ele gosta seria o suficiente para levar com ele durante toda a sua jornada, por que estragar este momento dizendo que “uma hora ele muda”? Não é só porque quem fala isso já passou por algo semelhante, que todas as pessoas são iguais a ela. Essa é a raiz da arrogância em questão.

Muitas pessoas acham que, por experiência própria, o que acontece na vida das pessoas é algo universal, “todos passamos por isso” e uma hora as coisas mudam. Não é bem assim. Como eu disse anteriormente, algumas coisas mudam de fato, mas pode ser que não. Não é justo e nem devemos tentar mudar algo em alguém contra sua vontade. E comentar contra também é tão ruim quanto tentar intervir.

As experiências de cada pessoa é dela mesma e não significa que por ver que algum conhecido passa por algo semelhante, a regra se aplique a ele também. Parece que deixar alguém viver de certo jeito incomoda as pessoas que não condizem com seu padrão.

O que quero dizer é que não podemos condenar ou concluir que certas coisas na vida são fases e que um dia passam. Deixem que a pessoa que está passando por isso decida por ela mesma. É como se alguém viesse querer ensinar a um pai carinhoso e cuidadoso, como cuidar de um filho de acordo com certas regras.

Existem fases na vida, porém algumas coisas não são fases e sim permanentes. Deixe estar. O ser humano agradece.