quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cigarro

É mais um dia ensolarado de verão.

Os dois estão aproveitando sua tarde de folga em um parque da cidade, do jeito que ele queria. A intenção era que fosse como uma cena clichê de filme, em que o casal fica deitado na grama aproveitando o clima e a paisagem.

Tudo ia bem, eles sorriam e davam risadas juntos das besteiras que ele contava.

Ainda deitados na grama, ele decide acender um cigarro. Ela percebe e sente-se incomodada, porém não demonstra.

Ele acende o cigarro e percebe que algo está diferente. Ela está olhando para o outro lado.

Ela se levanta e finge estar apreciando a paisagem do lago a frente. Obviamente transparecendo indiretamente sua repulsa pelo ato dele ter acendido um cigarro.

Ele olha para ela e pausa. Primeiramente ele imagina que talvez fosse o fato de estarem em um lugar tão limpo e bonito, o cigarro não se encaixaria. Mas na verdade, era apenas seu vício se defendendo.

Então ele tenta se aproximar, mas ela dá um passo a frente, ainda de costas para ele.

Ele diz, com um sorriso no rosto: "Ok, já entendi."

Ela se vira, tentando imaginar se de fato ele tinha entendido, mas espanta-se ao ver o que ele planejava.

Segurando o cigarro de ponta cabeça, sua mão estava aberta logo embaixo da brasa.

"O que ele está pensando? Está me assustando", ela pensa.

"Não é a primeira vez que vejo seu olhar sair de encontro aos meus. Eu sei que você não gosta que eu fume e por muito tempo eu fingi que não percebia. Mas não mais."

É então que ele afunda a ponta incandecente do cigarro em sua palma, que agora treme, mas não recua.

"Você está louco?? Não precisava fazer isso!"

"Sim, precisava. Não quero que meu vicio acabasse de maneira não tão significativa. A dor que sinto agora servirá de lembrança de que você foi quem me salvou, quem me deu vontades o suficiente para entender que o que eu estou fazendo é errado. Que a pessoa que eu mais me importo não suporta isso e portanto não posso ser egoísta e manter algo que te afasta de mim, apenas pelo prazer de fumar."

"Faço isso porque sei que é importante para você. Faço desse jeito pois quero que você veja o quanto eu sou capaz de mudar por você. Faço porque te amo."

Ela fica sem palavras. "Ainda sim é loucura", ela diz em voz baixa, mas com um tom de felicidade que é notado pelas suas bochechas agora rosadas e seu sorriso.

Ela fecha sua mão e a beija. Olha para seus olhos e o beija apaixonadamente. Tira a faixa que segurava seu cabelo e amarra na mão dele, onde agora reside uma futura cicatriz.

"Sempre que eu olhar para essa cicatriz, lembrarei de você e de como você foi importante para mim."

"Bobo... era só você ter falado tudo isso. Não precisava apagar o cigarro na mão!"

"Ah, eu sei... mas assim eu pareço mais "cool" hahaha"

Os dois dão risadas juntos e se abraçam novamente.

3 comentários:

André Rossetto disse...

Agora entendo porque todas as gurias que levei no parque se afastavam de mim... tsc tsc tsc...

João Emiliano Martins Neto disse...

Essa puta deveria deveria ir tomar no cu há mais tempo. Se tem raiva de um simples fumante, então não o namore e mais, não faça amizade com nós, os fumantes, porque antes de se casar com alguém saiba se esse alguém pode ser seu amigo, por primeiro, ou seja, se vocês gostam e odeiam as mesmas coisas.

Tanta gente dando o cu ou traficando drogas e a puta enchendo o saco só porque um cara fuma. Vá dar meia hora de cu!

Visite meu blog "Fumante católico" http://joaoemiliano.blogspot.com.br

João Emiliano Martins Neto disse...

Erro de digitação. O link correto para o meu blog é http://joaoemilianoneto.blogspot.com.br