quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Vida após a morte

Faz tempo que não escrevo algo de novo aqui. Espero que este texto agrade a quem ler e compense a ausência e falta de textos novos. Já aviso que não revisei e deve ter alguns erros gramaticais e etc. Também me repeti várias vezes, mas isso foi por causa do tema, que foi bastante perturbante na minha mente. Enfim, divirtam-se :P

Sabe... Outro dia eu estava pensando sobre esse assunto. Estava deitado em minha cama, momentos antes de cair no sono, quando comecei a viajar em meus pensamentos e surgiu esse ponto.

Muita gente pensa sobre isso, pensa que depois que morremos, temos uma vida eterna na vastidão das possibilidades espirituais. Uns acreditam que somos julgados pelos nossos atos durante a vida, que renascemos ou que pagamos pelos nossos pecados seja lá no inferno ou no limbo.

Bom, como bom ateu, graças a Deus, eu não acredito muito nessas coisas. Mas aí me ocorreu o seguinte.

Vivemos todos os dias batalhando por alguma coisa. Seja um objetivo ou para sobreviver, mas estamos sempre na luta. Juntamos dinheiro, nos relacionamos com diversas pessoas, nos divertimos e nos ferramos. Tudo isso para que no futuro, possamos ter uma vida próspera e saudável, casados ou não.

Fazemos MUITAS coisas, vivemos muitos momentos. São muitos anos, que um dia, simplesmente acaba. E aí que entra o “x” da questão. Depois de tanto esforço, o que nos aguarda do outro lado? Na minha opinião? Nada.

Essa crença em paraíso e inferno, além desse conceito ser totalmente injusto, é apenas uma forma de termos um motivo para não nos preocuparmos tanto com a morte, ou até mesmo, uma razão para viver.

E sabe de uma coisa? Eu até entendo porque. Refletindo sobre o assunto, percebi que sem um mundo no além, nós nos sentimos extremamente vazios. É como se desaparecêssemos totalmente e nossa existência não tenha servido para nada. Se não existe um paraíso ou inferno, nós tempos pouquíssimo tempo para curtir, ficar com quem gostamos, fazermos de tudo e nos sentirmos bem.

Sabe, eu realmente me senti muito vazio quando pensei nisso. Foi como se eu tivesse descoberto que um dia, eu simplesmente vou apagar e nunca mais acordarei. O que acontecerá com minha consciência? Com meus pensamentos? Depois de anos fazendo muitas coisas, quando morrer, simplesmente sumirei? Triste... Mas acreditar em uma vida após a morte é irreal pra mim. Não consigo ver a lógica nisso. Não faz sentido existir um submundo espiritual. Simplesmente não faz.

Apesar de muitas pessoas acreditarem, isso não quer dizer absolutamente nada. Muita gente é criada acreditando em certas coisas que não são verdades, são apenas palavras fincadas em suas cabeças que foram impostas durante sua criação. E que se mantem e propaga durante sua vida por alienação e o conforto das facilidades da religião, das crenças em salvação e figuras divinas.

Imaginem... Simplesmente tudo aquilo que tanto gostamos, todas nossas experiências... tudo... Num piscar de olhos, acabando, sumindo no infinito escuro e nós nunca mais termos consciência, noção, vida... Ao fechar dos olhos na hora da morte, nossas últimas palavras ou até mesmo nossa última visão, de nada adiantará, pois não será utilizado.

Isso é totalmente desconfortável! Sei que estou me repetindo diversas vezes aqui, mas é que essa idéia realmente me perturba.

Como deve ser, os últimos instantes de vida? Apagar e nunca mais voltar, nunca mais dar uma palavra e nunca mais poder ver, pensar, falar, existir...

Por isso que eu acho que devemos viver intensamente, fazendo tudo o que gostamos, falando tudo o que pensamos e agirmos de acordo com nossas necessidades e prazeres. Uma vida de prazer, que valha a pena. Claro que como qualquer pessoa, todos temos nossas fases horríveis, épocas em que tudo dá errado e que pensamos que o mundo não gosta de nós... Mas, como diz um velho ditado gringo, “Life’s a bitch. Get over it”. Foda-se os problemas da vida, temos apenas que resolvê-los para continuar vivendo.

Devemos aproveitar o máximo possível para que, no final, desaparecermos e nunca mais lembrarmos do que fizemos, nunca mais existir.

Acho que então a graça está em ser lembrado. Viver como um herói. Marcar sua presença no mundo se for possível, positivamente. Descobrir a cura para uma doença, inventar algo revolucionário, ser um agente social com renome internacional... Essas coisas são meio difíceis. Acho mais em conta fazer algo que mude a vida de algumas pessoas, o maior número possível. Nem que seja apenas em uma fase de suas vidas.

Talvez seja por isso que eu quero tanto me tornar músico. Criar melodias que possam chegar a outras pessoas e causar algum sentimento nelas. Fazer com que elas possam pensar ou lembrar sobre alguma coisa, marcar sua época. O caminho é difícil, pois ficar famoso no meio musical requer talento e esforço. Mas estou disposto a me desgastar quanto a isso!

Bom... É um assunto a se refletir. A não-existência após a morte, a escuridão perpétua e a inconsciência das trevas. Ninguém quer desaparecer, sumir. Todos querem viver de algum jeito, seja na vida ou na morte. Mas infelizmente, acredito que apenas o oblívio nos aguarda.